O CAOS DA REFORMA POLÍTICA
Fica bastante difícil trazer para os leitores desta coluna um
acompanhamento jornalístico e sistemático sobre a reforma política.
Porque a reforma se parece muito com o caos. O primeiro problema é saber
qual Casa está votando o que.
Em nenhum momento Câmara e Senado se
organizaram para tratar de uma comissão mista que apresentasse um
anteprojeto para ser apreciado em conjunto. Pelo contrário, cada um
cuida do seu e vai fazendo do jeito que quer. O segundo problema é que
existe uma comissão na Câmara fazendo um estudo dos temas e no Senado
são votados projetos que estavam no fundo das gavetas há anos. O Senado
já votou o fim das coligações proporcionais e mandou para a Câmara. Só
que na Câmara, os deputados vão votar a proposta da comissão e não o que
veio do Senado. Virou um caos.
Além disso, o jornalista tem que ficar
depurando diariamente o que é opinião individual, partidária ou mero
palpite. Para cada tema existem três, quatro, cinco ou até dezenas de
propostas. Também não existe com clareza prazos para que as votações
aconteçam. Seria interessante que as duas Casas se planejassem
conjuntamente, sobre temas e prazos, para termos uma ideia de como será
isso. A votação pontual de temas, como foi o caso do fim das coligações
proporcionais aprovada pelo Senado, passa a imagem de uma colcha de
retalhos.
Do jeito que está sendo feito, a probabilidade de não chegar a
lugar nenhum fica cada dia mais evidente. E não vejo ninguém
interessado em por ordem, parece até que o caos é o que todos desejam
que aconteça.
Fonte: Neto Queiróz
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