sexta-feira, 15 de maio de 2015

Reforma política vira samba do crioulo doido


O CAOS DA REFORMA POLÍTICA

Fica bastante difícil trazer para os leitores desta coluna um acompanhamento jornalístico e sistemático sobre a reforma política. Porque a reforma se parece muito com o caos. O primeiro problema é saber qual Casa está votando o que. 

Em nenhum momento Câmara e Senado se organizaram para tratar de uma comissão mista que apresentasse um anteprojeto para ser apreciado em conjunto. Pelo contrário, cada um cuida do seu e vai fazendo do jeito que quer. O segundo problema é que existe uma comissão na Câmara fazendo um estudo dos temas e no Senado são votados projetos que estavam no fundo das gavetas há anos. O Senado já votou o fim das coligações proporcionais e mandou para a Câmara. Só que na Câmara, os deputados vão votar a proposta da comissão e não o que veio do Senado. Virou um caos. 

Além disso, o jornalista tem que ficar depurando diariamente o que é opinião individual, partidária ou mero palpite. Para cada tema existem três, quatro, cinco ou até dezenas de propostas. Também não existe com clareza prazos para que as votações aconteçam. Seria interessante que as duas Casas se planejassem conjuntamente, sobre temas e prazos, para termos uma ideia de como será isso. A votação pontual de temas, como foi o caso do fim das coligações proporcionais aprovada pelo Senado, passa a imagem de uma colcha de retalhos. 

Do jeito que está sendo feito, a probabilidade de não chegar a lugar nenhum fica cada dia mais evidente. E não vejo ninguém interessado em por ordem, parece até que o caos é o que todos desejam que aconteça.

Fonte: Neto Queiróz

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