A manobra que o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, está
fazendo para criar mais um partido político no Brasil mostra bem qual é a
utilidade de uma sigla partidária. Quem pensa que seja um ideal, um
espaço de defesa de teses políticas ou mesmo um agrupamento de
interesses políticos se engana redondamente.
Kassab criou anteriormente o
PSD para abrigar os políticos que queriam uma janela para poder trocar
de partido sem ser punido pela Justiça Eleitoral. Agora Kassab está em
vias de criar um segundo partido, o Partido Liberal, para abrigar do
mesmo modo aqueles que querem a janela de volta e perderam a janela do
PSD.
Mais na frente, o ex-prefeito quer unir PSD e PL formando uma fusão
e aglutinando todos os filiados. Tudo é estratégia para se fortalecer.
Kassab que já fundou o PSD prepara a fundação do PL, poderá quantos
partidos quiser a mais para atender seus interesses. Cria-se partido
como se troca de camisa. Tudo à mercê de um jogo político onde
interesses pontuais dão as cartas.
Com isso a pobreza da representação
partidária fica cada vez mais sólida, ao viés do interesse de cada
momento. Muitos políticos estão de malas prontas a espera do PL. Não
querem nem saber o que irá ser defendido, quais as bandeiras, importa
apenas uma janela aberta para passar por cima da legislação eleitoral.
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