Numa demonstração de que não descarta a hipótese de condenação e até
prisão, o ex-presidente do PT José Genoino pediu que sua assessoria
jurídica deixasse pronta uma procuração para que sua mulher, Rioco
Kayano, pudesse administrar suas contas em caso de detenção.
Assessor especial do Ministério da Defesa, Genoino tem direito a
aposentadoria pela Câmara de Deputados. Ele afirmou a aliados que tem
que se preparar para a possibilidade de prisão em caso de condenação
pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão.
Genoino só não fez a procuração porque foi desaconselhado por seu
advogado, Luiz Fernando Pacheco. "Essa procuração não foi feita porque
eu disse que, se necessário, haveria um momento certo", disse o
advogado.
O abatimento de Genoino é alvo de preocupação entre petistas, que tentam
reanimá-lo. Já durante o julgamento no Supremo, ele passou um dia na
casa do ex-ministro José Dirceu, em Vinhedo (SP). Dias antes, foi
prestigiado num jantar oferecido pela presidente Dilma Rousseff.
Procurado, Genoino negou a disposição de preparar a procuração,
afirmando que, neste momento, se dedica exclusivamente à saúde. "Não é
verdade", disse. "Estou cuidando somente da saúde."
Fumante, ele será submetido hoje a um cateterismo para desobstrução de
uma artéria coronária. Na semana passada, exames detectaram uma
alteração.
O ex-presidente do PT responde no STF pelos crimes de corrupção ativa e
formação de quadrilha. Segundo a denúncia, apesar do reduzido
patrimônio, ele foi avalista de empréstimos dos bancos Rural e BMG que
ajudaram a financiar o mensalão.
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